quinta-feira, agosto 19, 2010

A Lição de Solidariedade do Povo Massai para o Mundo


14 VACAS SAGRADAS    

                                                                                                     por Affonso Romano de Sant’Anna
Você já deve ter visto alguma foto ou documentário onde aparecem os guerreiros da tribo Massai. São homens e mulheres longilíneos, lindos, com expressivos adornos nos braços e pescoços. Vivem em regiões do Quênia e da Tanzânia, na África, não muito longe do Lago Vitória. Soube de uma comovente estória sobre diferenças e identidades culturais envolvendo essa comunidade primitiva e o país símbolo[?] da modernidade- os Estados Unidos.
Trata-se da maneira como os massai souberam da tragédia do 11 de setembro de 2001 e de como reagiram a ela. Ocorre que um descendente dessa tribo – de nome Kimeli Naiyomah, fora estudar em Stanford, nos Estados Unidos. E lá estava quando ocorreu a derrubada das duas torres do World Trade Center pelos dois aviões pilotados por terroristas. Essa notícia que deixou todo o mundo impactado, chegou à tribo Massai de uma maneira muito difusa, por um ou outro comentário veiculado pelo rádio. Sem acesso à televisão, os massai não viram as patéticas imagens do incêndio e desabamento, e o fato virou apenas uma vaga narrativa oral para eles . Deste modo, muitos massai, como o chefe guerreiro William Oltetia, nunca tinham sequer ouvido falar do que acontecera com integrantes da “tribo” americana.
Quando o estudante Kimeli voltou ao seu país e começou a narrar o sucedido em Nova York, os guerreiros não conseguiam entender várias coisas. Não entendiam, por exemplo, como pessoas podiam despencar de um prédio em chamas, simplesmente porque eles, os masai, não têm prédios. Mas ficaram assim mesmo tocados com os acontecimentos em sua fantástica inexplicabilidade.

Resolveram então fazer alguma coisa para socorrer ou mostrar solidariedade às pessoas daquela tribo tão longínqua, do outro lado do oceano. Num domingo reuniram-se numa clareira e realizaram uma cerimônia de bênção de 14 vacas a serem doadas ao povo americano. Há três coisas que um massai pode honrosamente dar como presente: uma criança, a terra e a vaca. E as vacas são o que os massai têm de mais sagrado. Elas têm nome próprio e seus proprietários conversam naturalmente com elas. Animal totêmico, os produtos derivados das vacas fazem parte da vida da tribo. O sangue delas, misturado ao mel serve de bebida. O couro serve de vestimenta e com o estrume eles revestem suas cabanas, como se este fosse reboco.
Pois eles reuniram aquelas 14 vacas e as doaram ao governo norte-americano. Houve evidentemente uma cerimônia de entrega da doação. Mas o emissário americano William Brancick fez ver aos massai que haveria muita dificuldade no transporte dos animais para os Estados Unidos, que era melhor vendê-los no mercado da vila, trocando-os por jóias que seriam enviadas à América. Evidentemente, era uma artimanha de Mr. Brancick, porque não saberia o que fazer com as 14 vacas em Nova York, se as daria à prefeitura da cidade, se as poria pastando no Central Park como atração turística ou o quê.
Mas isto é, de resto, irrelevante. O que conta é o gesto simbólico dos massai, rico de significados, embora a pobreza nômade de sua tribo. Imaginemos se os Estados Unidos também ficassem comovidos com as tragédias que ocorrem pelo mundo, qual seria a coisa mais preciosa que teriam para doar? E nós, individualmente, o que de mais precioso doaríamos?
                                   


Os Massai:


Os Masai habitam a zona de Masai Mara, terra semidesértica entre a fronteira do Quénia e da Tanzânia.

São velhos guerreiros, que deixaram de ter contra quem combater, ou só esporadicamente se envolvem em pequenas rixas com outras tribos Massai.
No entanto, sempre viveram em torno da produção de gado bovino e hoje, mais que nunca, a sua dedicação é total.
Vivem em torno das manadas que protegem dos predadores naturais da região, nomeadamente dos leões, a que frequentemente têm de fazer frente para proteger os animais da sua manada.

O leite é um dos alimentos fundamentais dos Massai, faz parte da sua dieta alimentar, quase em exclusivo. A carne é guardada para as ocasiões muito especiais.
Quando matam uma vaca, as regras são conhecidas: as melhores partes do animal vão para os idosos, depois, quando estes estão satisfeitos, comem os guerreiros e por último comem as mulheres e as crianças.

O respeito e a dependência que esta tribo tem em relação aos bovinos não encontra paralelo em qualquer outra parte do mundo.
As trocas comerciais, para aquisição de qualquer outro produto, são feitas com o pagamento em vacas, e os dotes entre famílias, para que os seus filhos casem, também são constituídos por vacas. Assim, o noivo que tiver mais e melhores vacas para dar como dote, pode escolher a noiva desejada, enquanto os outros se limitam a ver, sem terem capacidade comercial, por terem menor número de animais, ou animais de pior qualidade.



O que o Povo  Massai já sabia…
Nomad People Baffle with Good Health in Spite of Malnourishment

Nadja Knoll/Prof. Dr. Gerhard Jahreis
Nutritionists of Jena University (Germany) Analyze the Diet of the Maasai
The human body is a true miracle. For that Nadja Knoll found new proof in the nomad people of the Maasai in Kenya in Eastern Africa. For her thesis the nutritionist from the Friedrich Schiller University Jena (Germany) analyzed the diet of a nomadic tribe in the Kajiado District. The surprising results of the field study show that the Maasai are in a good health status in spite of a one-sided and poor diet.

The blood investigations showed that there is a high content of healthy omega-3 fatty acids in their erythrocyte membranes, the cell walls of the red blood cells, even though they are not ingested. “We were surprised by these results. They are proof for the enormous adaptability of the human organism”, says Prof. Dr. Gerhard Jahreis of the Department of Nutritional Physiology, under whose guidance the study was conducted.

Yet another finding was the outcome of the fieldwork in Africa. Nadja Knoll´s study shows that the traditional story patterns about the Maasai diet are wrong. Travelers in Africa like Gustav Adolf Fischer (1848-1886) and the Englishman Joseph Thomson (1858-1895) spread the image of the blood thirsty Maasai. According to their reports the herdsmen consume mainly meat, milk and blood. A particularly high percentage of fermented milk – a kind of yoghurt – was also said to be part of their diet. Nadja Knoll´s findings paint a very different picture. The scientist of Jena University discovered that the Maasai have strongly sweetened milk tea for breakfast. Some Maasai eat a kind of “porridge” in the morning, a liquid mixture of cormeal, water, some milk and sugar.

For lunch there will be milk and “Ugali”, a kind of polenta being made from cormeal and water. “Dinner is similar to lunch”, says Knoll who points out that she did her field study at the end of the dry season. There may be slightly different results in the – remarkably shorter – rainy season, because then the Maasai livestock produces more milk. This milk will then ferment in calabashes. The outcome of the fermenting process will be a yoghurt-like drink that might have pro-biotic benefits.

It is clear though that meat features only rarely on the Maasai menu. The main part - more than 50 percent - consists of vegetarian food. The preferred meat is that of sheep and goats, whereas the meat of traditional Zebu cattle is only rarely eaten. “A cow will only be slaughtered for ritual festivities by the Maasai”, says Knoll.

Knoll conducted her study together with colleagues of the Jomo Kenyatta University of Agriculture and Technology of Juja/Nairobi (Kenia). Before the fieldwork could begin an ethics commission had to give their approval. Given the high HIV rate in the country especially the planned blood tests were questioned.

The achievements of the Jena nutritionists will be published in an international, renowned scientific journal.
Fonte:
Institute of Nutrition of the Friedrich Schiller University Jena
Retornar... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por sua visita!
Boas Leituras.