sábado, julho 03, 2010



 Breve Olhar Sobre os Fazedores da Nossa Literatura
 

 por Adriano Botelho de Vasconcelos
 «O canto já entoado custa, dói a responder?» . Mas só assim poderemos sair de uma longa dança para ficarmos bem.

«A cada hora basta a sua pena, mas cada hora precisa duma dor nossa para se sentir acordada» , in Tempo e Poesia, Eduardo Lourenço, Ed. Gradiva, 2003.

«O canto já entoado custa, dói a responder?» . Mas só assim poderemos sair de uma longa dança para ficarmos bem.

Olho para o nosso património literário a partir de um ponto que me permita ver todas as partes refiro-me ao alcance temporal que possam configurar as grandes alterações nos movimentos editoriais marginais ou de índole quase oficiosas. É perante essa exigência de estruturação do pensamento que dividirei esse mesmo tempo, felizmente de fácil periodização. Assim, optei por uma unidade secular que tivesse o seu início no ano de 1849 já que para a Professora Inocência Mata, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, num ensaio intitulado «A periferia da periferia o estatuto periférico das literaturas africanas de língua português», inserido no seu livro de ensaios Silêncios e Falas de Uma Voz Inquieta, obra de leitura obrigatória publicada em Lisboa em 2001, conclui que «é consensual a ideia de que os primórdios da literatura angolana se situam no SÉC. XIX, designadamente com Espontaneidades da Minha Alma às Senhoras Africanas (1849), de José Maia Ferreira». Em 1888 é publicado o Nga Muturi, de Alfredo Troni, numa época que a Fátima Mendonça designou de «baixo-romantismo». Para Pires Laranjeira, professor da Universidade de Coimbra, no ensaio intitulado «A construção do ideal nacional e a constituição de novas literaturas em África», texto inserido no seu livro Ensaios Afro Literários (2001), essa era a fase «negro-realismo» e justifica que o termo foi criado para «indicar uma realidade literária específica de África, bastante aproximada dos Negrismos americanos». Nesse primeiro bloco, que podemos também designar como período de constituição da génese da literatura angolana, vários escritores se destacam, entre os quais cito as figuras de Cordeiro da Matta, Paixão Franco e o grande Assis Júnior. O grande homem de cultura, Mário Pinto de Andrade, sociólogo e autor de dois volumes da Antologia Temática de Poesia Africana (Argel, 1967 a 1969 e editados em Portugal em 1975), situa esse grupo de escritores como fazendo parte do período das «correntes de formação duma consciência (que as velhas gerações disseram nativa)» . E mais explica, referindo-se também a Moçambique: «Curioso que nestes dois países o jornalismo tenha fornecido ocasião a uma plêiade de homens, de fazerem eco das reivindicações das massas populares da época, de serem intérpretes duma consciência cultural em vias de renovação e de lançarem as bases duma nova personalidade angolana ou moçambicana. O Angolense, O Direito, A Verdade, O Farol do Povo, O Brado Africano marcos do nosso passado cultural».O escritor Pepetela, no seu ensaio intitulado «Algumas Questões Sobre a Literatura Angolana» (ver link Críticas & Ensaios do site da UEA: www.uea-angola.com), tece considerações à volta desse período de germinação da nossa literatura:«Havia uma intensa actividade jornalística, com periódicos de vida efémera, sobretudo em língua portuguesa, mas também utilizando alguns deles as línguas kikongo, kimbundu e umbundu, da grande família das línguas banto do centro e sul de África. Uma característica desta imprensa angolana, centralizada quase exclusivamente em dois centros urbanos da costa atlântica, Luanda e Benguela, era ter uma forte carga social e política, aproveitando a relativa liberdade de expressão existente num momento de grandes lutas em Portugal, potência colonizadora, entre a monarquia dando nítidos sinais de esgotamento e um sentimento republicano crescentemente reforçado». Em 1926, dizem os dados históricos que a imprensa livreiii sofre um demolidor golpe com a ditadura do Estado Novo, chefiado pelo Professor Oliveira Salazar. Mesmo assim podemos repescar o nome do escritor Óscar Ribas, que faz uma literatura geralmente apontada como etnográfica. Castro Soromenho, romancista, no seu melhor conteúdo trata às relações entre colonizadores e colonizados. Sobre os conteúdos etnográficos de Óscar Ribas muitos são os jovens que procuram na Biblioteca da UEA (oitenta mil visitantes por ano) os seus livros para poderem conhecer os provérbios e terem uma imagem quase cinematográfica dos usos e costumes das sociedades nativas desse período. Quando pretendia fechar a lista desse período, Inocência Mata (p. 90), que está entre meus dedos frenéticos que sacodem as suas páginas, diz-me «alto aí, lê o seguinte trecho». Já o sono vai pesado, do tecto cai uma pergunta: «Um braço sozinho pode tocar o quissange?iiii E apanho o nome do poeta Tomaz Vieira da Cruz porque Em Quissange Saudade Negra (1932), e segundo ainda a minha interlocutora, existem «marcas de adesão à Terra, num gesto de apaziguamento da alteridade em relação ao espaço, ora física (isto é, geográfica), ora ideológica, ora ainda cultural». E no exercício de pesquisa encontro o seguinte poema: «Mas, se às vezes a ilusão/ ou a própria realidade, / por mais e melhor que eu rime, / não encontram nos meus versos/ a forma desejada, / é que a matéria humana não é nada, / e nada exprime, / ante a alma, ante o ser dos universos.» Estes são versos de Bessa Victor, um poeta que com frequência revisito o seu universo poético com muito deleite porque alguns dos seus versos são verdadeiras peças musicais.
 Estamos já nos anos de 1942, 50 e 60, período de germinação das concepções marxistas-leninistas, mais intensos ainda os sentimentos nacionalistas. Agostinho Neto, primeiro presidente de Angola, apresenta numa palestra em 18 de Novembro de 1959, na Casa dos Estudantes do Império, em Lisboa, um texto em que, entre muitas considerações, acusa que não só a mente dos europeus, como por vezes a nossa mente acha que «somos coisas desprezíveis, destituídas do valor humano que têm todos os homens sobre a terra»; e mais avisa que «quando as nossas línguas, aquelas que serviram e servem de veículo à cultura angolana, não são faladas nas escolas, não são usadas nos jornais, na rádio, etc., quando a nossa música, a nossa escultura apenas encontram guarida em sorridentes e paternais caçadores do exótico, quando as nossas formas literárias não podem socorrer-se dos modernos processos de veiculação, é evidente que a nossa cultura não se pode desenvolver»iiiii. O autor de Mayombe, no mesmo artigo, diferencia a natureza política dos dois grandes períodos quando afirma que “um factor que pode ter marcado uma diferença entre as duas gerações é o das influências externas. Enquanto a elite do século XIX era muito marcada pela literatura portuguesa da época, oscilando entre o chamado romantismo e o realismo, que fazia gala em conhecer e que muitas vezes se gabava de dominar tão bem como os portugueses, a geração de 1950 tinha outras leituras e mais universais. Assim, um Agostinho Neto por exemplo reconhecia ser grande admirador do afro-americano Langston Hughes ou do cubano Nicolas Guillén e um Mário Pinto de Andrade ou um Viriato da Cruz eram profundos conhecedores da literatura brasileira de então e da que começava a fazer-se em África. Enquanto a geração do século anterior estava portanto ainda muito ligada à vida intelectual e política do Reino de Portugal, a nova geração tinha já feito a ruptura, procurando outras referências e apontando novos caminhos». Sobre os aspectos estilísticos e telúricos avança ainda que «nesse aspecto a poesia de Viriato da Cruz, embora escassa e pouco divulgada, marca a divisão das águas e é a que, por todos os ângulos pelos quais possa ser observada, apresenta um corte definitivo com a portuguesa e tem todos os ingredientes de uma literatura verdadeiramente angolana. Os temas são inegavelmente angolanos, as figuras humanas também e mesmo a linguagem é o prenúncio do resgate de palavras, expressões, novos conteúdos semânticos e sintácticos, influenciados pelas línguas africanas. Foi de facto a poesia de Viriato que abriu o caminho para Luandino Vieira na prosa da década seguinte. Se hoje em dia é relativamente fácil ler um livro e saber imediatamente que se trata de um autor angolano, por características intrínsecas do texto, creio justo fazer esta reverência a Viriato da Cruz»(Pepetela, site da UEA). Porque o nosso propósito não consiste em dar muito espaço aos aspectos conceptuais, interessa que olhemos agora para o número dos protagonistas criadores de imaginários desse bonito período do desenvolvimento da geração da Mensagem. Ao fazê-lo, não podemos deixar de realçar que um mote importante desse período é «Vamos Descobrir Angola!», lançado pelo Movimento dos Novos Intelectuais de Angola. Fixemos, neste contexto, os nomes de; Viriato da Cruz, um grande poeta que, infelizmente, durante muitos longos anos foi exorcizado (diga-se que a parte final da sua vida dava um grande romance que nos deixaria todos em lágrimas...); Agostinho Neto («o poeta maior da Negritude», Pires Laranjeira), António Jacinto, Manuel dos Santos Lima (o seu romance Os Anões e Mendigos deve ser relido porque é uma grande caricatura hilariante das sociedades africanas); Henrique Guerra, Domingos Van-Dúnem, o primeiro dramaturgo... e nos dias de hoje, pelo número de obras de teatro, destacamos o Mena Abrantes.
 Vou dar mais um pequeno salto no que entendo chamar divisão temporal, pequeno calendário, porque notarão que essa divisibilidade é muito dialéctica: estamos na fase que alguns estudiosos designam de Resistência (1961-1974) e por aqui vão muitos nomes: Pepetela, o mais premiado romancista angolano, Costa Andrade, mais conhecido por Ndunduma, Mendes de Carvalho, o nosso Uanhenga Xitu, Jofre Rocha, Mário António, Arnaldo Santos, Henrique Abranches, António Cardoso, João-Maria Vilanova, Ruy Duarte de Carvalho, Jorge Macedo, Boaventura Cardoso, Alda Lara, Lara Filho, Garcia Bires, Luandino Vieira, Manuel Rui, Samuel de Sousa (o Viriato da Cruz de Malange), Ernesto Lara Filho, David Mestre, Manuel Pacavira. Permitam-me que acrescente ainda Voz da Terra (1974)iiiiii livro publicado ainda durante a vigência do regime colonial e sobre o qual Manuel Ferreira considera resolver «com extrema facilidade e adequada linguagem uma certa complexidade temática. E com folgada desenvoltura linguística. Com ironia e humor, ou dramaticamente, o quadro se alarga: a alienação, a esperança, a fraternidade, a denúncia, o sexo».
 Agora só mais um salto e entramos na dimensão do pós-colonial das literatura angolanas. Inocência Mata, no texto escolhido para trazer ordem ao meu pensamento, no seu artigo intitulado «A condição pós-colonial das literaturas africanas de língua portuguesa: algumas diferenças e convergências e muitos lugares-comuns», publicado em 2003 no Brasil, encontra «nestes tempos pós-coloniais campo fértil de significância: o que as literaturas africanas têm proposto nestes tempos pós-coloniais é que as identidades (nacionais, regionais, étnico-rácicas, culturais, ideológicas, estéticas, estilísticas) gerar-se-ão da capacidade de aceitar as diferenças». Esse período pós-independência é marcado literariamente pelos diversos e múltiplos processos de ruptura conceptual de arte com o tipo de regime e sua falência, pelo que já vozes mais marcadas pelo formalismo literário foram ganhando espaço. É ainda nas páginas de Literatura Angolana, de Inocência Mata que procuro respostas: «No âmbito da realização poética (de poesia), num universo de múltiplos e intermináveis experimentalismo, alguns nomes têm vindo a impor-se não apenas pela regularidade da sua produção, mas sobretudo pela convergência sistémica interior e intertextual dentro da literatura angolana, actualizando de forma magistral a tensão, própria de qualquer arte, entre a tradição e a originalidade». Eis os nomes: João Maiomona, João Melo, Botelho de Vasconcelos, Conceição Cristóvão, Kafukeno, António Pompílio, Maria Alexandre Dáskalos, José Luís Mendonça, Rui Augusto, António Gonçalves, Lopito Feijó, Carlos Ferreira (Cassé), Paula Tavares, a que eu acrescentaria, mais recentemente, Trajano Nankova Trajano, João Tala, um poeta de grande recortes estilísticos, Amélia Dalomba, John Bella... e muitos outros que, apesar de já referenciados, nos momentos mais actuais de modernidade ainda encontramos escritores que marcaram a geração de Mensagem, voltamos a falar de Costa Andrade, Os Sentidos da Pedra (1990), Jofre Rocha em 60 Canções de Amor e Luta (1988) Jorge Macedo em Ternura de Olhos Verbais (2003), Rui Duarte de Carvalho em Hábitos da Terra, Raul David e tantos outros. Na ficção actual, contam-se Roderik Nehone, uma fera do conto, Dario de Melo, Jacques dos Santos, Isaquiel Cory, Sousa Jamba, Kunduma, João Tala, o vencedor do Grande Prémio de Ficção da UEA, António Pompílio, José Agualusa, Carmo Neto, Cikakata Mbalundu, leiam os grandes elogios de importantes ensaístas sobre o seu poder criativo, Cornélio Caley, Celestina Fernandes (com Panos Brancos, romance, torna-se na segunda mulher que assina com prestígio o álbum ficcional da história da nossa literatura); Cassé, Rosário Marcelino, Ismael Mateus, Luís Fernando, os dois últimos vêm da escola do jornalismo e os seus conteúdos devem fazer parte do processo de canonização da nossa literatura.
 Pode-se ainda constituir um IV período a partir de 1992, já que ocorre o processo de alteração do regime de partido único. Luís Kanjimbo, ensaísta e escritor, baptizou os protagonistas do período cinzento da nossa história de «Geração da incerteza». Assim, Cármen Lúcia Tindó Secco, professora de literatura africana, situa as vozes dos anos 80 e 90 como: «marcadas por um desencanto na esfera social, que se reflecte na área literária (...) Há uma radicalização do projecto de recuperação da língua literária, aproveitada em suas virtudes intrínsecas e universais, sem regionalismos característicos da literatura nos anos anteriores. Há a meta-consciência e o traço crítico sem panfletarismo ideológico. (...) essa lírica aponta para a crise das utopias e funda um novo lirismo que procura cantar os sentimentos existenciais, desvinculados do canto social».
 Um outro teórico terá que criar uma nova designação para acomodar a geração do período de um regime de partidos e de vários «eus» fora dos conceitos restritivos impostos pelas correntes ideológicas dominantes. Em «Tempo e Poesia», obra ensaística de Eduardo Lourenço (Lourenço, pág. 167), o ensaísta defende que «a modernidade, em sentido moderno pois podemos conceber outros tem, como é sabido, um pai e um vate. A simples menção ou percepção do novo e da novidade como fenómenos culturais, mesmo a sua mistificação, não bastam para nos introduzir nos arcanos da Modernidade», e mais adianta que «A modernidade é a forma através da qual é elevada à consciência plena de si mesma, sob a figura de mito, a realidade moderna por excelência que é a Cidade». Eduardo Lourenço assegura que «a paisagem poética de uma época tem qualquer coisa de oceânico: correntes e contra-correntes à superfície de uma comum profundidade». A literatura moderna contemporânea angolana, paradigmaticamente junta num só palco três grandes gerações (de Pepetela, Jorge Macedo, Manuel Rui ao João Tala, Ondjaki e Abreu Paxe), dezenas de actores que vão poder explorar melhor a interioridade humana. Os defensores da proposta de divisão em dois grandes tempos da literatura da pós-independência, certamente procuram ainda identificar as grandes alterações temáticas, depuração de universos, mitos, isto é, analisar autor por autor, seus manifestos, dialécticas e pujança de conteúdos. Outro exercício penoso e necessário será a «verificação» da crítica que corre à volta das referidas obras e se «em número» correspondem já a uma grande substância literária. São razões suficientes que devem provocar a divisibilidade do actual panorama literário angolano e neste exercício encontraremos vários nomes, diversas origens sociais e até regionais. Termos que esperar mais uma década ou menos para sentirmos a grande dinâmica criativa do que será a IV unidade de conteúdos.
 A nossa visão crítica permite que o leitor conclua que existe sempre um elemento marginal corrosivo que toca os aspectos formais, na verdade, uma via que valoriza os processos de exaltação de valores subjectivos; «os melhores da…», «os mais competentes», «os mais expressivos». Só uma boa divisão modular dos conteúdos literários angolanos permitirá que o leitor siga uma ordem linear ou inversa de leitura que o seu grau de exigência opte por valorizar sempre assente numa perspectiva histórica. Um certo período cronológico, pode ser entendido de modo muito elástico (Período da génese: 1848 – 1925), mas tal prática não deixará de marcar de forma eficaz os processos de evolução ao longo da história literária. O ensaísta polaco Henryk Siewierski tem um texto que focaliza esse método: «A selecção dos autores e das obras» deve «conciliar as exigências da hierarquia do cânone com as preferências do narrador, sem ignorar o contexto da própria narração aqui e agora» porque contar uma história não «é fazer justiça à história, mas apenas dar-lhe um pouco de atenção, comemorando o que foi gravado na memória, perpetuando o que já poderia ter tido o seu fim»
Creio que a partir desse apressado exercício de sistematização teremos como dispor os III ou IV tomos de eventuais organizações de grandes colecções antológicas, seguindo minuciosamente critérios e caminhos que foram traçados por muitos especialistas de literaturas, apesar de, infelizmente, não ter focado o nome dos demais ensaístas que têm ajudado na definição estrutural do nosso armário ou ficheiro de entradas de nomes e respectiva indicação da obra que mais tenha contribuído (falamos de qualidade) para a modernidade da literatura angolana. Com esses pressupostos metodológicos procuraremos olhar para a nossa literatura de forma orgânica quando se está perante um projecto de grande alcance formal que toca os egos que contribuíram e contribuem para o enriquecimento do imaginário angolano.
 [Adriano Botelho de Vasconcelos* Secretário-geral da UEAPoeta, escritor e político. Fez o curso de Administração e Comércio e o Politécnico de Gestão em Portugal. Esteve ligado a várias atividades de desenvolvimento comunitário no exterior do país. Foi Diplomata em Portugal, onde exerceu o cargo de Adido Cultural da República de Angola, durante seis anos. Foi eleito deputado pelo partido MPLA, na eleição de outubro de 2008. É Secretário-Geral da União dos Escritores Angolanos. Viveu quase uma década num exílio consentido e, talvez por esta razão, sua poesia tenha muito de cosmopolita.Adriano Botelho começou a escrever na 4ª classe. Sua proposta de escrita, considerada pela família como surrealista, não levou propriamente em conta o drama da colonização. Foi em sua vertente poética que Adriano Botelho mais se permitiu dar voz ao "outro", opondo-se ao princípio estilístico da estandardização da linguagem angolana. Em Lisboa, durante a sua estadia, Adriano Botelho lançou o Jornal Angolê, Artes e Letras; no Porto, reuniu mais de duzentos especialistas de literatura angolana - encontro muito concorrido, que possibilitou ao poeta a organização de textos sobre a obra de Agostinho Neto. Com mais de 500 páginas e intitulada A Voz Igual, Ensaios sobre Agostinho Neto, a obra reuniu mais de 24 especialistas atuantes em várias Universidades dos diversos recantos do mundo. Adriano Botelho organizou também várias coletâneas, dentre as quais: Boneca de Pano: Colectânea do Conto Infantil Angolano (2005); Caçadores de Sonho: Colectânea do conto Angolano (2005) e Todos os Sonhos: Antologia da Poesia Moderna Angolana (2005). Editou os jornais Unidade e Luta (1974); Angolê, Artes e Letras (1984) e Maioria Falante (Rio de Janeiro, Brasil). Ao longo da carreira, foi agraciado com o grande Prémio Sonangol de Literatura – Ex-aequo (2003), pela obra Tábua. Suas obras Olímias e Luanary foram adaptadas para o teatro. O Webdesign do Site da UEA (www.uea-angola.org) também foi concebido pelo poeta.]
Obras:
    * 1974 – Vozes da Terra.
    * 1975 – Vidas de Só Revoltar
    * 1983 – Células de Ilusão Armada.
    * 1984 – Anamnese.
    * 1988 – Emoções.
    * 1996 – Abismos de Silêncio.
    * 2003 – Tábua – Grande Prémio Sonangol de Literatura –Ex-aequo – 2003.
    * 2005 – Boneca de Pano:Colectânea do Conto Infantil.
    * 2005 – Caçadores de Sonho : Colectânea do Conto Angolano.
    * 2005 – Todos os Sonhos:Antologia da Poesia Moderna Angolana.
    * 2005 – Olímias.
    * 2007 – Luanary.
    * 2009 – O Amor é Sempre Agora.

[Fonte: UEA -Material cedido e publicação autorizada  por sua Coordenadora Seomara  Santos]

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